TRATAMENTO DE CUBITO VARO NA CRIANÇA COM USO DE FIXADOR EXTERNO – RELATO DE CASO
TEMA:
Ortopedia Pediátrica
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
Fratura do úmero; criança; cirurgia ortopédica.
Introdução: O cúbito varo foi historicamente considerado uma complicação apenas estética das fraturas do cotovelo. Estudos recentes demonstram que o desvio do eixo mecânico do cotovelo pode evoluir com dor crônica, neuropatia do nervo ulnar, ressalto da cabeça medial do tríceps, varo progressivo da ulna e instabilidade rotatória póstero-lateral (IRPL). A correção ainda na infância é tecnicamente mais fácil do que quando realizada na vida adulta, apresenta consolidação mais rápida e normalmente não requer procedimentos mais extensos como abordagem em partes moles. Diversas técnicas foram descritas na literatura, porém, não há estudos que comprovem a superioridade de uma técnica sobre a outra. As complicações mais frequentes são perda de fixação, deformidade residual, lesão nervosa, proeminência lateral e insatisfação com a cicatriz. Relato de caso: dois pacientes do sexo masculino, 2 e 4 anos, com diagnóstico de fratura supracondiliana do úmero proximal, um submetido a tratamento conservador e outro a tratamento cirurgico. Ambos evoluíram com complicação em cúbito varo com instabilidade rotatória póstero-lateral. Optado por tratamento cirurgico da complicação de cúbito varo com técnica de osteotomia em cunha de fechamento lateral com formato de triângulo isósceles associada a estabilização com fixador externo, descrita por Slongo. A consolidação radiográfica é esperada por volta de 6 semanas, momento ideal para a retirada do fixador. Discussão: O cúbito varo é a principal complicação do tratamento inadequado das fraturas do úmero distal. A deformidade caracteriza-se pelo varo associado a extensão e rotação interna, gerando, a longo prazo, morbidade e do comprometimento funcional. A correção do cúbito varo na criança interrompe o distúrbio mecânico prevenindo as alterações secundárias. A escolha pela realização da cunha de fechamento lateral nos casos se baseia na fácil reprodutibilidade e pelo menor índice de complicações graves. O uso do fixador externo para correção aguda da deformidade tem as seguintes vantagens: implante de acesso universal, simples aplicação, leve, versátil, tempo reduzido de uso, fácil retirada, liberdade para posicionamento dos fragmentos, otimizando a correção, e fixação estável, dispensando o uso de imobilização pós-operatória e evitando a perda de redução.