A Síndrome de Poland, que foi descrita inicialmente pelo anatomista Alfred Poland em 1841, é uma anomalia congênita considerada rara, afetando entre 1/30.000 e 1/50.000 de nascidos vivos. É caracterizada, principalmente pela hipoplasia ou aplasia unilateral do músculo peitoral maior, podendo afetar também os músculos peitoral menor, grande dorsal, deltóide e serrátil. Os indivíduos acometidos podem apresentar ainda alterações como encurtamento do membro superior por hipoplasia do rádio e ulna, hipoplasia ou aplasia de arcos costais, e deformações das mamas e mamilos. A simbraquidactilia ipsilateral na mão é outro achado recorrente que pode se somar a síndrome de Poland. Esta síndrome possui uma discreta predominância por pessoas do sexo masculino e pelo lado direito.
A causa da síndrome de Poland é desconhecida. A etiologia mais aceita é a de que é originada por uma uma lesão vascular na sexta semana de gestação, devido a interrupção do suprimento sanguíneo pela hipoplasia da artéria subclávia ou de seus ramos, permitindo assim uma mudança no desenvolvimento do broto do membro superior, no local responsável pela formação da musculatura torácica e da mão.
O critério adotado para o diagnóstico da síndrome de Poland é a hipoplasia ou aplasia do músculo peitoral maior, somada com ao menos uma abnormalidade. Exames de imagem como a radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada (TC), são utilizados para a confirmação diagnóstica e permitem fazer uma análise do caso para se traçar a estratégia terapêutica adequada.
Para diminuição dos danos causados, pode-se analisar os casos e oferecer ao paciente opções cirúrgicas. O procedimento cirúrgico, nestes casos, procura dar ao paciente a sensação de uma parede torácica simétrica e estável. Dentre as alternativas, o reparo da parede torácica através da transferência do músculo latíssimo do dorso, em combinação com uma prótese mamária em mulheres, é utilizada com frequência.