REVISÃO DE ARTROPLASTIA UNICOMPARTIMENTAL PARA TOTAL CONVENCIONAL DO JOELHO, UM RELATO DE CASO
TEMA:
Joelho
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Pôster eletrônico (e-poster)
PALAVRAS-CHAVE:
Artroplastia, Unicompartimental, Joelho
INTRODUÇÃO: A artroplastia unicompartimental do joelho (AUJ) é, por definição, a substituição de um compartimento doente do joelho. Foi introduzida na década de 1950 para tratamento da osteoartrose unicompartimental do joelho, sendo difundida posteriormente por Leonard Marmor na década de 1970. A AUJ demonstrou ter menos complicações, menor mortalidade, menor tempo de permanência hospitalar e ser mais custo-efetiva do que a artroplastia total do joelho (ATJ). Devido à maior preservação do estoque ósseo e manutenção da cinemática articular com preservação ligamentar, teoricamente a AUJ demonstra maior facilidade técnica da revisão, que permite conversão para ATJ com implantes convencionais. RELATO DE CASO: MCS, 73 anos, sexo feminino, submetida à AUJ medial à direita em 2014, com resultado satisaftório. Procurou atendimento médico devido à dor difusa neste joelho, refratária ao tratamento conservador. Optado pela revisão da AUJ em Outubro de 2021 para ATJ convencional com retenção do ligamento cruzado anterior. Seis meses após o procedimento, apresenta melhora evidente nos escores funcionais e nos escores de qualidade de vida. DISCUSSÃO: O alívio da dor e a restauração da função são as principais indicações da artroplastia do joelho. As vantagens da AUJ sobre a ATJ nos casos de doença unicompartimental do joelho incluem menor agressão cirúrgica, preservação do estoque ósseo, manutenção da cinemática articular, melhor propriocepção e recuperação mais rápida, além de menor tempo de permanência hospitalar. O uso pouco habitual da AUJ tem sido associado à técnica cirúrgica complexa e o histórico de falhas, com necessidade de revisão precoce. As causas da falha são multifatoriais e incluem má seleção do paciente, técnica cirúrgica inadequada e progressão da doença nos compartimentos não abordados. As indicações da AUJ são dor intensa e incapacitante localizada em um único compartimento (“Sinal do dedo” positivo) com evidência radiográfica correspondente de doença. Classicamente trazia-se a idade igual ou superior a 60 anos; peso inferior a 82 kg, IMC <30, baixo nível de atividade; LCA funcionalmente saudável; ausência de dor em repouso; amplitude de movimento (ADM) pré-operatória de 90° com 5° ou menos de contratura em flexão e deformidade angular do joelho menor que 15°. Atualmente, algumas indicações têm sido questionadas e estendidas como os fatores idade, peso, presença de doença degenerativa patelofemoral associada (desde que não haja dor anterior no joelho) e sem lesões condrais avançadas, LCA deficiente, se slope tibial <7. Publicações recentes demonstram sobrevida em 10 anos equivalente entre AUJ e ATJ, relacionadas principalmente ao desenvolvimento dos implantes, critérios cuidadosos de seleção de pacientes e aprimoramento da técnica cirúrgica. Tem-se relatado como vantagem teórica da AUJ a facilidade técnica da revisão, com perdas ósseas limitadas e sem insuficiência ligamentar, o que permite conversão para ATJ com implantes convencionais.