Introdução: Uma das complicações da cirurgia é a persistência da dor pós-operatória, que geralmente é nociceptiva. Um tipo distinto de dor crônica é a dor neuropática. Estima-se que 8% da população geral apresentam essa dor. Apesar da prevalência alta, dados sobre o desenvolvimento de dor neuropática após cirurgia ortopédica são escassos.
Objetivos Primários: Determinar a prevalência de dor neuropática. 
Objetivos Secundários: Avaliar os fatores de risco e examinar associações entre dor neuropática, intensidade de dor, variáveis sociodemográficas e clínicas após cirurgia de fratura de punho, tornozelo e fêmur proximal.
Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo transversal envolvendo uma coorte de pacientes submetidos à cirurgia de fraturas de tornozelo, rádio distal e fêmur proximal, de janeiro de 2016 a janeiro de 2020, em um hospital universitário. A dor neuropática foi avaliada após 1 ano da osteossíntese, utilizando o questionário Doleur Neuropathique Questionnaire (DN4) e DN4-interview (DN4i).
Resultados: A amostra foi composta por 166 pacientes, dos quais 29,5% desenvolveram dor neuropática.
Discussão: Os preditores para o desenvolvimento de dor neuropática incluíram pacientes com IMC elevado, mulheres, portadores de diabetes mellitus, pacientes que já faziam uso de analgésicos, em uso de medicação moduladora de dor, com maior quantidade de medicações, que apresentaram alguma complicação no decorrer do tratamento, que possuíam limitações para atividade diária e que estavam afastados da atividade laboral.
Conclusões e Apoio Financeiro: A avaliação da dor de característica neuropática deve fazer parte da rotina do ortopedista traumatologista, com intuito de diagnosticar e tratar essa importante e prevalente morbidade que influenciará diretamente na recuperação do paciente.