Lesão medular em pacientes com espondilite anquilosante: Um estudo transversal da última década
TEMA:
Coluna
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
lesão medular, espondilite anquilosante, coluna, trauma
Introdução: A espondilite anquilosante (EA) é uma doença de predisposição genética na qual o processo patológico resulta em uma fusão progressiva das articulações zigoapofisárias e dos espaços discais do esqueleto axial, levando a um quadro cifótico rígido, deformidade da coluna torácica e equilíbrio sagital positivo. Devido à morfologia alterada, a coluna anquilosada é incapaz de acomodar adequadamente as forças mecânicas normais e as vértebras danificadas comprimem os nervos na coluna, resultando a uma maior suscetibilidade às lesões medulares (LM). Objetivo: Analisar achados clínicos e déficits funcionais de pacientes que tiveram lesão na medula associada a EA. Material e Métodos: No presente estudo, foi utilizada a base de dados "PubMed" com o uso dos MeSH Terms "Medula Espinhal", “Espondilite Anquilosante" e “Lesão” adicionado do filtro “Case Reports” afim de fazer um estudo transversal com os casos clínicos da última década e o acometimento dessa lesão em associação a inflamação na medula espinhal. Foram encontrados 26 artigos, contudo, somente 19 artigos foram selecionados para o presente estudo. Resultados e Conclusão: Após a análise dos estudos selecionados, foi possível compreender melhor a associação entre LM e EA. Foram identificados um total de 33 pacientes, 6 mulheres e 27 homens, com idade média de 64,9 anos. A maioria das lesões foram cervicais, totalizando 21 e acometendo 63% dos pacientes. Outros focos de lesões ocorreram na região torácica, lombar, sacral e quadril. Acredita-se que a coexistência entre LM e EA pode ocasionar o rompimento do esôfago, causar paralisias e alterações neurológicas além de dificuldade de intubação, que ocorre em casos de pacientes com afecção da cervical, que perdem amplitude de movimento advinda de uma fratura-luxação, acúmulo de gás paravertebral ou acometimento medular. Portanto a coluna rígida na EA leva a um risco de fraturas e luxações da coluna vertebral devido à diminuição da capacidade da coluna de acomodar as forças de estresse. Fraturas podem ocorrer em qualquer região da coluna, as alterações são percebidas após baixa mobilidade, dor, alterações sensoriais ou acidentes, que, mesmo de baixo impacto, podem lesar a cervical.