INTRODUÇÃO: A infecção associada a fratura (IAF) causa dor crônica, retardo de consolidação, limitação física e pode culminar na amputação e morte. Estudos sobre os fatores prognósticos para recidiva da IAF são escassos, principalmente incluindo a população brasileira. O objetivo do estudo foi avaliar se as infecções polimicrobianas têm maior taxa de recidiva e se existe diferença na taxa de infecção polimicrobiana dos pacientes com IAF agudas e crônicas. MÉTODOS: Avaliação da população de 163 pacientes com IAF acompanhados no ambulatório de infectologia de hospital de ensino. Todos os pacientes foram acompanhados pelo período mínimo de um ano no ambulatório de infectologia ortopédica do hospital. Considerou-se portador de IAF polimicrobiana o paciente com resultado de cultura com crescimento de mais de um microrganismo. A análise estatística empregou os softwares Wizard Pro® e SPSS versão 19.0.0. RESULTADOS: Não houve correlação entre a taxa de recidiva e o fato da IAF ser polimicrobiana (Qui-quadrado, p=0,89 para 90 dias e p=0,30 em 12 meses). Houve associação entre a infecção polimicrobiana e o tipo de osteomielite (Qui-quadrado, p=0,03; odds ratio=4,6; IC 1,02-20,8). As infecções polimicrobianas foram mais frequentes nos pacientes com osteomielite aguda. DISCUSSÃO: Não houve correlação entre o fato de a infecção ser polimicrobiana e a taxa de recidiva três meses e um ano após interrupção da antibioticoterapia. Identificou-se maior proporção de infecções polimicrobianas nos pacientes com osteomielite aguda. Esse achado pode ser explicado pelo tratamento prévio e seleção da flora identificada nas culturas, nos pacientes com IAF crônica. Outra explicação é a dificuldade para se identificar os microorganismos responsáveis pela IAF crônica. CONCLUSÕES: Não existe diferença na taxa de recidiva da infecção em pacientes com IAF e infecções polimicrobianas. Os pacientes com IAF aguda apresentaram maior taxa de infecção polimicrobiana quando comparados aos pacientes com IAF crônica.