Haste Intramedular de Fíbula Para Fraturas de Tornozelo em Pacientes de Alto Risco: Uma Série de Casos
TEMA:
Pé e Tornozelo
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
Introdução:
O padrão ouro para o tratamento das fraturas do tornozelo não sofreu grandes alterações desde 1960: redução aberta e fixação interna com placa e parafusos. Entretanto, esse método está associado a complicações bem conhecidas, tais como: infecção, deiscência de ferida, proeminência do material de síntese e falha dos dispositivos.
Objetivo: Nosso objetivo é o estudo do uso das hastes intramedulares de fíbula como alternativa para o tratamento de fraturas do tornozelo em pacientes com risco aumentado para as complicações acima mencionadas.
Materiais e métodos:
Um total de 35 pacientes com fraturas instáveis do tornozelo considerados de alto risco para complicações foram selecionados, sendo 27 mulheres e 8 homens. Todos foram submetidos a osteossíntese com haste intramedular de fíbula, tanto como método único ou combinado com outros dispositivos de fixação.
A média de idade foi de 71 anos (48-89 anos) e a maioria possuía pelo menos uma comorbidade.
Nosso tempo mínimo de seguimento foi 1 ano, avaliando complicações da ferida, consolidação e Score de Olerud Molander pós operatório.
Resultados:
No nosso estudo tivemos 5 fraturas unimaleolares, 17 bimaleolares e 13 trimaleolares, das quais 27 foram classificadas como supinação-rotação externa estágio IV de acordo com a classificação de Lauge-Hansen. Todas fraturas foram fechadas. Tivemos 1 caso de infecção profunda com pseudoartrose sendo necessário revisão cirúrgica e 1 caso de infecção superficial de ferida operatória tratado com antibióticoterapia oral e curativos. Além disso houve 1 caso com deiscência medial da ferida operatória, associado a soltura dos parafusos em maléolo medial. Nenhuma complicação sistêmica foi relatada.
Score de Olerud Molander médio foi de 83 (0-100)
Conclusão:
Haste intramedular de fíbula oferece um método seguro para fixação de fraturas do tornozelo em pacientes de alto risco, com taxas de complicações menores e score de Olerud Molander semelhantes ao uso de placa e parafusos. Ela pode ser uma escolha interessante para pacientes em alto risco para desenvolvimento de lesões de pele devido ao seu acesso minimamente invasivo. Entretanto, ainda são necessários maiores estudos para validação dos resultados encontrados.