Espondilite tuberculosa da coluna vertebral – Mal de Pott – Uma Revisão de Literatura
TEMA:
Coluna
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
“espondilite”, “tuberculose” e “Coluna Vertebral”
Introdução: A tuberculose ainda é uma realidade epidemiológica em alguns países, principalmente naqueles em desenvolvimento social e econômico. Trata-se de infecção pelo Micobacterium tuberculosis, podendo apresentar-se com manifestações clínicas e patológicas relacionadas a diversos sistemas. A infecção tuberculínica nas vértebras da coluna, também denominado mal de Pott, se caracteriza pela degeneração da face anterior dos discos vertebrais, apresentando a vértebra em cunha, o que determina o desvio posicional, com formação de cifose. Pode apresentar evolução com afetação neurológica, gerando dores e déficits sensoriais ou motores. O diagnóstico precoce é capaz de diminuir os acometimentos mais graves e possíveis sequelas neurológicas, no entanto, é raro e normalmente tardio, pela própria característica da doença. O tratamento, considerando o agente etiológico, é específico e quanto antes iniciado melhor o seu prognóstico. Objetivo: Com a presente pesquisa objetiva-se realizar uma revisão literária destacando os principais aspectos envolvidos no diagnóstico da espondilite em decorrência da tuberculose. Material e Métodos: Foram realizadas pesquisas nas bases de dados Scielo e Pubmed, com uso dos descritores “espondilite”, “tuberculose” e “coluna vertebral”, não foi adotada restrição de data de publicação. Resultado e Conclusão: Foram encontradas 7 publicações, nos últimos 20 anos, ou seja, desde 2002, com textos em português, espanhol e inglês sobre o tema. Após a leitura integral de todos os artigos, foram todos incluídos, uma vez que apresentaram adequação à pesquisa proposta. O acometimento das vértebras por Micobacterium tuberculosis é rara, mas quando ocorre pode apresentar quadro com grave sequelas neurológicas. Tem prevalência em acometimento de vértebras torácicas baixas e lombares. O diagnóstico é difícil, por ser um acometimento insidioso, podendo relacionar-se ou não com o quadro prévio de tuberculose pulmonar. Pode ser diagnosticada pelo estudo de imagens, com a formação de processo infeccioso e degeneração vertebral em cunha, bem como por exames histopatológicos, teste tuberculínico e PCR. O tratamento pode ser por intervenção cirúrgica, com a exérese dos corpos vertebrais e implantação de gaiola vertical (mesh cage) e estabilização por placa lateral, técnica que estabelece uma boa artrodese das demais vértebras. O tratamento clínico indicado é o esquema tríplice para tuberculose óssea, com aplicação de medicação antibiótica por nove meses, o que há relato de recuperação total do paciente, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Assim, pode-se inferir que o acometimento osteoarticular por M. tuberculosis é de difícil diagnóstico precoce, sendo aconselhável o rastreio por monitoramento clínico e por exames laboratoriais ou de imagem, pelo prazo de 1 ano, em pacientes com manifestação pulmonar, o que permitirá um diagnóstico mais eficiente e precoce, permitindo um tratamento menos intervencionista e com menor risco de sequelas.