Introdução: O hálux rígido é uma condição patológica frequente do pé, responsável por grande limitação funcional. A artrodese metatarso-falangeana é uma excelente alternativa terapêutica para os estágios avançados da doença, habitualmente feita por técnica aberta. A artroscopia no antepé tem seu desenvolvimento na última década, com ampliação progressiva das indicações, trazendo resultados animadores.
Objetivo: Apresentar os resultados clínico-radiográficos dos pacientes submetidos a artrodese artroscópica metatarso-falangeana do hálux, exibindo a técnica e reportando as complicações.
Métodos: O estudo consiste em uma série de casos, em que foram operados 9 pacientes (10 pés), todos com quadro avançado de hálux rígido (estágio 3 e 4 de Coughlin-Shurnas). Os pacientes foram submetidos a procedimento artroscópico através de dois portais dorsais, utilizando instrumental de pequenas articulações. Os resultados foram avaliados por escore funcional da AOFAS e escala visual analógica. Os parâmetros radiográficos analisados foram a angulação metatarso-falangeana nas incidências antero-posterior (pré e pós-operatório) e perfil (pós-operatório) e o encurtamento do raio foi mensurado.
Discussão: Todos os pacientes evoluíram com consolidação em controle radiográfico com 6 semanas de pós-operatório e apresentaram acentuada melhora nos escores funcionais. Observamos redução do ângulo metatarso-falangeano, sem encurtamento do raio e do dedo. Nenhum paciente apresentou metatarsalgia de transferência ou queixa de problema estético.
Conclusão: A artrodese artroscópica metatarso-falangeana é uma opção terapêutica bastante relevante da condução dos estágios avançados do hálux rígido, com mínima agressão e proporcionando ótimos resultados, além de baixa incidência de complicações.