A REPERCUSSÃO DO USO ADJUVANTE DO 2-OCTILCIANOACRILATO NA REPARAÇÃO DO TENDÃO CALCEANO: ESTUDO EXPERIMENTAL COMPARATIVO EM COELHOS
TEMA:
Pé e Tornozelo
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
tendão de aquiles; lesão tendínea; reparo tendíneo; ruptura; cianoacrilato; suturas
Introdução: A melhor alternativa para o tratamento da ruptura do tendão de Aquiles é motivo de debate. O tratamento da ruptura pode ser conservador ou cirúrgico - o que é mais indicado em atletas de alto rendimento. A busca por uma recuperação mais rápida, redução de complicações cutâneas e rerrupturas trouxe melhorias na técnica de reparo tendinoso e nos programas de reabilitação assistida precoce. Nosso objetivo foi verificar se o uso adjuvante do 2-octil cianoacrilato confere resistência mecânica adicional à tenorrafia do calcâneo, quando comparado à sutura isolada com a mesma técnica de tenorrafia.
Métodos: Foram utilizados 45 coelhos da raça Nova Zelândia com três meses de idade, distribuídos em três grupos de 15 animais cada. Os coelhos foram submetidos a dois procedimentos cirúrgicos com intervalo de 30 dias. No primeiro procedimento, realizamos a secção completa do tendão calcâneo do lado direito e, em seguida, reparamos com três técnicas diferentes: sutura isolada no grupo 1, sutura com 2-octil cianoacrilato no grupo 2 e 2-octil cianoacrilato isolado no grupo 3. Após 30 dias, abatemos os coelhos e ressecamos o tendão calcâneo direito, encaminhando o espécime para análise anatomopatológica. Em seguida, realizamos um corte transversal do tendão calcâneo esquerdo e utilizamos as mesmas três técnicas de reparo. Após 15 minutos, submetemos os tendões reparados ao teste de resistência mecânica à tração linear.
Resultados: Os resultados do teste de resistência linear mostraram que a sutura com cola superou a sutura sozinha (p = 0,0427) e a cola sozinha (p<0,0001). Não houve diferença no padrão de ruptura entre os grupos, seja por ruptura de sutura ou por escorregamento. Os resultados da patologia foram avaliados de acordo com a inflamação, processo de reparo e medida da espessura do tendão. O relato mencionou padrão inflamatório misto de maior intensidade (aguda e crônica), padrão de neovascularização marcante, necrose tecidual e abscesso na maioria dos casos nos grupos que utilizaram cianoacrilato. No entanto, não houve sinais clínicos locais ou sistêmicos de processo infeccioso ou diferença na espessura do tendão entre os três grupos.
Conclusões: O 2-octil cianoacrilato agregou resistência mecânica imediata ao reparo do tendão calcâneo nos coelhos, sem aumentar as complicações locais, apesar das alterações patológicas (necrose focal, microabscessos e reação granulomatosa) nos grupos que utilizaram cianoacrilato, 30 dias após o reparo