A incidência das fraturas no Brasil em 2019 - estimativas do estudo Global Burden of Disease
TEMA:
Trauma
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
Incidência; Fraturas Ósseas; Carga Global da Doença
Objetivo: Análise da tendência temporal da carga das fraturas no Brasil e no mundo 1990 e 2019. Métodos: Análise das estimativas brasileiras do estudo Global Burden of Disease de 2019, por sexo, faixas etárias e padronizadas por idade, apresentando as taxas para cada 100.000 habitantes com seus respectivos intervalos de incerteza (II 95%). Resultados: Em 2019, as taxas de incidência das fraturas entre os brasileiros foi de 2.483,65 (2.222,25 - 2.831,61 95%IU) e entre as brasileiras de 1.130,74 (980,72 - 1.323,26 95%UI). As fraturas mais comuns entre as brasileiras no ano de 2019 foram as fraturas da patela, dos ossos da perna e/ou do tornozelo, 222,01 (163,98-295,32 95%IU), as fraturas da clavícula, escápula e/ou úmero 131,84 (91,41-187,08 95%IU), e as fraturas dos ossos do antebraço, 122,60 (86,48-173,90 95%IU). Entre os brasileiros as fraturas com maior incidência foram as da patela, dos ossos da perna e/ou do tornozelo, 472,21 (376,15-592,42 95%IU), seguida das fraturas do punho e/ou da mão, 299,42 (232,49-380,73 95%IU), e das fraturas da clavícula, escápula e úmero, 263,25 (198,38-337,24 95%IU). Independente da faixa etária, as quedas foram as principais causas de fratura no Brasil em ambos os sexos, 1494,30 (1182,04-1902 95%IU) e 593,54 (441,18-781,78 95%IU), respectivamente entre os homens e as mulheres. Na faixa etária dos 15 aos 49 anos, as fraturas tiveram como segunda causa principal os acidentes de trânsito. Nos homens a incidência foi de 538,81 (416,43-686 95%IU), e nas mulheres de 134,51 (102,12-176,76 95%IU). Nas outras faixas etárias, dos 50 aos 69 anos e acima dos 70 anos, em ambos os sexos, os acidentes de trabalho e domésticos foram os mais incidentes. Discussão: O padrão de incidência das fraturas vem sofrendo uma mudança substancial nas últimas décadas, grande parte devido ao aumento da longevidade e das mudanças econômicas e sociais da população. As estimativas de incidência das fraturas mostraram significância entre os sexos. A faixa etária entre o pico de incidência nos homens, terceira e quarta décadas, e nas mulheres, sétima e oitava décadas, possa ser a causa dessa diferença entre as estimativas. No sexo masculino notou-se uma tendência à diminuição das incidências de todas as fraturas com o aumento da idade, as exceções foram as fraturas do quadril e da pelve. No sexo feminino, a tendência foi de aumento proporcional da incidência das fraturas com o aumento da idade. Quando comparadas as faixas etárias entre os sexos, houve uma tendência de predomínio de incidência da maioria dos tipos de fratura no sexo feminino na faixa etária acima dos 70 anos, com diferença estatística significativa somente nas fraturas do quadril. Conclusões: A maior incidência das fraturas devido a queda e pelos acidentes laborais e de trânsito evidenciam a elevada carga das fraturas nos indivíduos economicamente ativos e reforça necessidade de políticas preventivas tanto entre os jovens quanto nos idosos.