A aplicação da artroscopia no manejo do trauma do tornozelo: técnica e vantagens
TEMA:
Trauma
FORMATO DE APRESENTAÇÃO:
Apresentação Oral
PALAVRAS-CHAVE:
OBJETIVO: Uma das indicações iniciais da utilização da artroscopia no trauma, especialmente no tornozelo, era para se tentar diminuir a quantidade de artrofibrose e sinovites residuais pós fratura.
O objetivo deste trabalho é a apresentação de casos e mostrar o avanço da técnica e sua utilização em uma variedade de lesões traumáticas, que passaram a poder serem avaliadas e também tratadas por via artroscópica.
MATERIAL: Apresentamos casos clínicos tratados por artroscopia nas seguintes afecções traumáticas:
· Lesão ligamentar lateral do tornozelo;
· Lesão do ligamento deltoide;
· Fratura do tornozelo (adjuvante na redução e fixação - maléolo lateral; maléolo medial; fratura do pilão tibial);
· interposição de partes moles - cápsula e tendões;
· Fratura de Tillaux;
· Lesão da sindesmose tibio-fibular distal;
· Lesões osteocondrais e corpos livres.
RESULTADO: A incidência de complicações na pele foi mínima na utilização da técnica artroscópica e apesar de vários artigos falarem sobre não acharem que há tantas vantagens em termos de redução das fraturas e que as evidências sobre esta técnica não serem superiores à aberta, esta diminuição de problemas do envelope de partes moles do tornozelo se mostrou como um grande benefício da aplicação da artroscopia
CONCLUSÃO: Uma aplicação muito vantajosa nesta técnica de abordar as fraturas e as demais lesões traumáticas é especialmente nos pacientes diabéticos e naqueles com alterações vasculares. A maioria dos trabalhos comparativos entre a redução e fixação aberta das lesões focadas abordam mais a questão de tempo cirúrgico e redução e praticamente não citam as complicações da pele e partes moles. Esta preservação do envelope de partes moles é a grande vantagem que observamos no nosso trabalho, mas em alguns casos, a redução intra articular apresentou acurácia perfeita se comparada à aberta sendo que em algumas localizações a visualização da redução é indireta ou baseada somente no controle radiográfico, sendo então superior a visualização direta como por exemplo nas fraturas do maléolo posterior, em que se visualiza intra articular a redução, sendo que na redução aberta por acesso póstero-lateral, a redução é visualizada de forma indireta (baseada na redução da cortical posterior do maléolo posterior). A literatura mostra também frequente complicação das partes moles na redução do maléolo posterior pelo acesso póstero-lateral e na artroscópica não tivemos nenhum caso e portanto, pensamos que é uma técnica a se estimular o uso.
A técnica necessita treinamento específico em artroscopia do tornozelo, mas pensamos que deve ser estendida a qualquer profissional que se habilite a tratar traumas do tornozelo.